A La Mierda Primavera (tradução)

Original


Marea

Compositor: Não Disponível

Eu estava trancado para não ver ninguém
Abri uma fresta para ouvir o ar
E ouvi: Vem pra cá, caralho
Eu achei que era você
Uivaram os ventos com seu escândalo
Não veja, companheiro, quem está aqui fora
Não quero saber, leve tudo embora, me deixe em silêncio

Deixe que os conte meu conto de feridas e carícias
Minha história de nada, minha vovó faminta, todas minhas mentiras
Talvez cative e te beije contando-me em fatias
Se buscas deslumbre e encontras arame será que descuidas

Mais que água é terebentina, o que eu suo ao despertar
Se te vejo passar sozinha
Se fazem poças, se fazem ondas
E eu um amontoado de favelas que te querem bem
Para que você se deite com ele
Para que você se perda com ele

Deixe que invente que um trem é a minha liberdade
Que vou aonde quero, sem mais barulho, sem mais babaquice
Talvez eu não estoure de alegria de andar pela estrada
Com milhares de tristezas, apagando os trilhos, apagando os dias

Mais que água é terebentina, o que eu suo ao despertar
Se te vejo passar sozinha
Se fazem poças, se fazem ondas
E eu um amontoado de favelas que te querem bem
Para que você se deite com ele
Para que você se perda com ele

Não sei nada de corrida, não sei nada de escalada
Dessa merda de arco-íris, do cigarro de depois, não sei
Se a vida acontece à flor da pele, de castigo na parede
Não sei nada de segurar, não sei nada de abraçar
De me colocar de joelhos, de chorar pra mamar, não sei
Assim que se acabem os rabiscos no papel
E se eu mantiver os dentes reluzentes
E turvo o coração
Seu tic tac e o meu são
E isso sim que não

Deixe que os conte meu conto de feridas e carícias
Minha história de nada, minha vovó faminta e todas as minhas mentiras
Que está no chilique que nos dá enquanto suspiramos
O que sobra do atraco que damos na vida
Dos cobertores que embrulhamos, todavia fica alguma
Esse resto de auréola que roubamos da lua
E eu vou entrando no dia
E ao sair deixei o tapete de merda perdido
Que não se esqueça do planeta em que vive
E outra vez para a calçada
E assim será a manhã, a tarde e a noite inteira
E que se foda a primavera

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